Onze conselhos para o bom leitor
1. Ler a leitura antes. Se puder ser, em voz alta e várias vezes. Lê-la para entender o seu sentido e para ver que entoação se deve dar a cada frase, quais são as frases que se devem ressaltar, onde estão os pontos e as vírgulas, em que palavras se poderá tropeçar, etc.
2. Estar preparado e aproximar-se do ambão no momento oportuno. E procurar não vir de um lugar distante da igreja; se for necessário, deve aproximar-se discretamente, antes do momento de subir. O primeiro leitor só deve deslocar-se para fazer a primeira leitura quando tiver terminado a oração Coleta, da qual faz parte o Ámen da assembleia. Não é agradável, nem ajuda a celebração, vê-lo já a caminhar, para o ambão, quando o presidente ainda ora ao Pai, em nome e na pessoa de Cristo.
O leitor da Oração dos Fiéis pode deslocar-se discretamente, durante o Credo, de modo que esteja já no ambão (IGMR 138), quando o Presidente fizer a introdução. Não deve sair do ambão, enquanto o Presidente não concluir a Oração.
3. Quando estiver diante do ambão, deve ter em conta a posição do corpo. Não se trata de adotar posturas rígidas, nem, pelo contrário, ler com as mãos nos bolsos ou atrás das costas ou com as pernas cruzadas.
4. Colocar-se à distância adequada do microfone para que se oiça bem. Por causa da distância, frequentemente, ouve-se mal. Não começar, portanto, enquanto o microfone não estiver ajustado à sua medida (que deverá ser feito antes: a medida adequada costuma ser a um palmo da boca e na direção da mesma). E lembrar-se que os estampidos que acontecem ou os ruídos que se fazem diante do microfone são ampliados...
5. Não começar nunca sem que haja silêncio absoluto e as pessoas estejam realmente atentas.
6. Ler devagar. O principal defeito dos leitores costuma ser precisamente esse: ler depressa. Se lermos depressa, as pessoas, com algum esforço, poderão conseguir entender-nos, mas aquilo que lemos não entrará no seu interior. Recordemos: este continua a ser o principal defeito.
7. Além de ler devagar, há que manter um tom geral de calma. Há que afastar o estilo do leitor que sobe à pressa, começa a leitura sem olhar as pessoas e, ao acabar, foge ainda mais depressa. Não deve ser assim: deve-se chegar ao ambão, respirar antes de começar a ler, ler fazendo pausas nas vírgulas e fazendo uma respiração completa em cada , fazendo uma pausa no final, antes de dizer "Palavra do Senhor", escutar no ambão a resposta da assembleia e voltar ao lugar. Aprender a ler sem pressa, com aprumo e segurança custa; por isso, é importante fazer os ensaios e provas que forem necessários: é a única maneira!
8. Vocalizar. Ou seja, remarcar cada sílaba, mover os lábios e a boca, não atropelar a leitura. Sem afetação nem teatro, mas recordando que se está “atuando” em público e que o público tem que captar tudo bem. E uma atuação em público é distinta de uma conversa na rua.
9. Não baixar o tom nos finais de frase. As últimas sílabas de cada frase têm que se ouvir tão bem como todas as restantes. Infelizmente, a tendência é para nestas sílabas se baixar o tom, tornando-as incompreensíveis.
10. Procurar ler com a cabeça levantada. O tom de voz será mais alto e, portanto, mais fácil de captar. Se for necessário, deve-se pegar no livro, levantando-o, para não ter que baixar a cabeça.
11. Antes de começar a leitura, olhar a assembleia. No final, dizer "Palavra do Senhor", olhando a assembleia. E, ao longo da leitura, com naturalidade, olhar também de vez em quando. Estas olhadelas, no meio da leitura, não têm que se impor como um
propósito, o que seria artificial. Mas se sair naturalmente, poderá ser útil, especialmente nas frases mais relevantes: ajuda a acentuá-las, a criar um clima comunitário e a ler mais devagar.
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