Nota Episcopal
O drama dos incêndios e o contributo dos cristãos
Perante a situação calamitosa dos incêndios em Portugal, com triste destaque para a área desta Diocese do Porto, venho, por este meio, solidarizar-me com quantos sofrem os seus efeitos: os familiares dos mortos e feridos; os que veem desaparecer num instante as suas casas e bens que tanto custaram a ganhar; as Autoridades e os Bombeiros, cansados e exaustos por uma situação que se prolonga há já vários dias; os que os ajudam com os poucos meios que têm à mão; os que lhes fornecem comida e água; os que amam a natureza, obra de Deus, e agora nada mais podem contemplar que não seja a destruição, obra do homem; os que sofrem doenças graves por causa dos fumos; os que têm de suportar as estradas cortadas e ficam sem meios de transporte para chegarem ao seu local de trabalho; enfim, os que vivem este pesadelo na sua própria pele.
Apelo a todos para que se tenha um cuidado redobrado para que não aconteçam mais casos. Que ninguém se esqueça que, moralmente, a vida ou os bens retirados aos outros por causa do fogo posto tem a mesma gravidade que o homicídio ou o roubo. Perante esta situação tão dolorosa, ouso mesmo pedir que se colabore com as forças de segurança e policiais para a identificação dos pirómanos e dos incendiários que o fazem por maldade.
Apelo também aos agentes pastorais que observem de perto os dramas e intentem uma primeira ajuda ou solução, particularmente aos que perdem tudo. Por exemplo, mediante um ofertório específico para esse fim que fica autorizado desde já. E aos cristãos em geral, que exerçam uma solidariedade ativa e uma partilha de bens, se a situação assim o exigir.
+ Manuel Linda
Porto, 17 de setembro de 2024
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