É de fé a razão principal pela qual os cristãos não rezam ou rezam pouco, afirma o Reitor do Santuário de Fátima. “Quando se não tem fé ou se tem uma fé muito fraca pode-se, de vez em quando, pedir a Deus para ter sorte, ou para não ter azar, pode-se pedir, porventura, por medo, mas, seguramente, por motivos que não são centrais dentro daquilo que é a compreensão da relação entre Deus e o seu povo”, afirmou o Padre Virgílio Antunes, durante a homilia da missa dominical de 25 de Julho, no Santuário. O Reitor considera que “de facto, é difícil entender que rezamos para pedir ou para agradecer se, não temos fé, ou se não temos uma fé forte na presença de Deus na nossa vida. Não se entende porquê e para quê rezar se não acreditamos que estamos na presença de Deus, se não acreditamos que ele é o criador e senhor de tudo o que existe”. O sacerdote reconhece que “muita gente deixou de rezar”. “De tal modo, que a oração é hoje um privilégio, ou uma prerrogativa, de pequenos grupos humanos, o caso dos sacerdotes, dos religiosos, ou de alguns leigos que têm uma formação e uma consciência mais viva da sua fé”, considera. “Grande parte dos cristãos de hoje reduz a sua oração a uma acção de graças ocasional, alguns muito raramente, outros reduzem a sua oração à recitação de uma ou outra fórmula breve que apreenderam na catequese, outros, porventura, à participação numa missa festiva num ou noutro momento especial da sua vida pessoal ou da sua vida familiar”. A falta de tempo, a falta de ambiente familiar e mesmo o cansaço são alguns motivos apresentados pelos cristãos como causas para a redução da oração.
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