No meu imaginário infantil, colocava Jesus “apenas” no céu, rodeado de jardins com flores e frutos de variadíssimas cores e sabores, onde, um dia, quando eu para lá fosse, me deliciaria a cheirar e provar tanta maravilha…Com o tempo, “racionalizei” este imaginário. “Coloquei” Jesus mais perto de mim e passei a admirar jardins mais terrenos, que o mundo criado por Deus me mostra em cada dia.
Hoje, passeando e apreciando a beleza que a natureza me oferece, observo que o tempo está maravilhoso!
As manhãs e noites um pouco gélidas, é certo, mas que não beliscam a luminosidade ao nascer e ao pôr-do-sol e como ela matiza o céu entre o amarelo, vermelho, rosa e lilás, tornando-a irresistivelmente linda!
Não sei porque deram um nome masculino a esta estação do ano, pois se as cores têm género, então as cores do Inverno, tal como as da Primavera, são femininas, levando-me a pensar que é uma homenagem de Deus a todas as mulheres.
Olho o céu, curvo-me perante tanta beleza, e agradeço a Deus por me deixar contemplar todo este esplendor!
Deixo para trás o meu imaginário de criança e detenho-me a pensar num outro tempo e no Evangelho desta semana, (Jo 1, 35-42), na pergunta dos discípulos: «Rabi – que quer dizer ‘Mestre’ – onde moras?»
E concluo: neste que é o “meu” tempo, não há qualquer razão para questionar Jesus… O meu coração diz-me que este é o céu, e, sem dúvida, Ele mora aqui!
