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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

4º CCA, com D. XIMENES BELO 28 de janeiro, 21h30, Capela de S. Martinho

Uma vida em defesa da LIBERDADE e da PAZ
Carlos Filipe Ximenes Belo nasceu a 3 de Fevereiro de 1948 em Wallakama, uma aldeia perto de Vemasse, em Baucau, na ponta leste de Timor.
Estudou em escolas missionárias em Baucau e Ossu, completando o seminário menor de Dare, em 1973. Em 1968, partiu para Lisboa para frequentar o liceu salesiano do Estoril. Regressou a Díli em 1974, para ensinar no Colégio Salesiano de Fatumaca. Voltou e a Lisboa em 1976, para estudar teologia , durante três anos, na Universidade Católica. Seguidamente foi enviado para Roma, onde prosseguiu os seus estudos eclesiásticos. De regresso a Portugal, em 1980, foi ordenado padre. Um ano depois, volta a Timor, onde é nomeado director do Colégio de Fatumaca e desenvolve uma capacidade de se relacionar com os jovens. Os seus laços com a juventude do país forneceram-lhe a base para uma verdadeira ligação com aqueles que hoje desempenham um papel histórico para Timor.
Em 1983, o Papa João Paulo II nomeou-o administrador da Diocese de Díli e em 1988 foi ordenado bispo. Surpreendeu muita gente ao desenvolver uma personalidade dócil e jovial.
Na ocupação de Timor –Leste pela Indonésia foi a única voz timorense que insistentemente apelava à paz e à liberdade. Teve a coragem de condenar publicamente a crueldade e o abuso das forças armadas, a guerra psicológica e as constantes violações dos direitos humanos.
Por ocasião do Massacre de Santa Cruz (12 de Novembro de 1991) deu abrigo a mais de 250 pessoas, que tinham fugido, e acompanhou muitas delas até casa, quando se pensava que seria seguro. No entanto, um grande número nunca mais foi visto desde esse dia fatídico.
Através das suas políticas administrativas, encorajou muitos esforços para desenvolver a tradição e cultura timorenses, contra as políticas de absorção da Indonésia.
O bispo tornou-se uma personalidade incomoda para o ocupante, e foi posto sob vigilância diária da polícia secreta, que observa todos os seus movimentos, e teve os telefones sob escuta, o fax controlado, as visitas observadas de perto. Em 1989 e 1991, foi alvo de tentativas de homicídio.
Mas, D. Ximenes, persistiu nos seus esforços corajosos para defender a justiça, a paz e a preservação da dignidade do seu povo, prosseguindo a tentativa de fomentar o diálogo com Jacarta, com vista à salvaguarda dos interesses dos timorenses. Permanece como um dos símbolos da resistência e grande aliado dos timorenses contra a ocupação indonésia.
Em 1996, recebeu, juntamente com Ramos-Horta, o Prémio Nobel da Paz, pela sua defesa dos direitos do povo maubere.
No Verão de 2002 , D. Ximenes Belo, adoece fruto de uma vida desgastante de cansaço e de intenso sofrimento. Vem para Évora descansar e recuperar forças.
No início de 2004, houve numerosos pedidos para que se candidatasse à presidência da república de Timor-Leste. No entanto, em Maio de 2004 declarou à televisão estatal portuguesa RTP que não autorizaria que o seu nome fosse considerado para nomeação. "Decidi deixar a política para os políticos" - afirmou.
Em meados de 2004, com a saúde restabelecida, partiu para fazer trabalho de missionação na diocese de Maputo, como membro da congregação dos Salesianos em Moçambique.
As distinções que D. Ximenes Belo tem recebido ao longo das últimas décadas são demonstrativas da reputação que goza a nível internacional. Foi galardoado com o prémio John Humphrey (Montreal, 1995), o prémio Óscar Romero (Roma, 1996), o prémio Nobel da Paz (Oslo, 1996), os prémios Della Pace (Taranto, 1997 e Ostuni, 1998) e o prémio Internazionale della Testimonianza (Vibo Valentia, 1998) e ainda com a Grã-cruz da Ordem da Liberdade da República Portuguesa (1998), as chaves de ouro das cidades de Leiria (1997) e de Lisboa (2000) e com as medalhas de ouro de Alcoutim (1997) e de Ovar (2000).
É cidadão honorário de Florença (2000), Doutor honoris causa pelas universidades de Yale (E.U.A, 1997), Pontifícia Salesiana (Roma, 1998), Federal do Rio de Janeiro (2000), Católica de Brasília (2000), Pontifícia de Campinas (2000), Católica de Providence (Taichung, Formosa, 2000) e pela Universidade do Porto.
Aos 66 anos, a viver em Portugal, o bispo e Nobel da Paz - que privou com figuras como Bill Clinton ou Nelson Mandela e cuja voz teve repercussões mundiais - evita o contacto com jornalistas e poucas vezes é visto em público. Dedica-se à investigação e à escrita e está a trabalhar num livro sobre a história eclesiástica de Timor, pouco documentada por culpa das pilhagens e dos incêndios em Díli - que destruíram quase todo o arquivo histórico.
Tem publicadas diversas obras, entre elas, Demi Perdamaian da Keadilan (Jacarta, 1997), The Voice of the Voices (Jacarta, 1997), Paz (Porto, Edições Salesianas, 1998) e Cartas Pastorais Anuais de 1993 a 2000. Em Maio de 2013, lançou o livro, "Dom Frei Manuel de Santo António", que reconstitui a história de um monge dominicano do século XVII com responsabilidades em Timor.

Biografia baseada em fontes da Internet

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