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sábado, 26 de fevereiro de 2022

VIII DOMINGO DO TEMPO COMUM (Ano C)

Eclo 27,5-8
Sl 91(92)
1Cor 15,54-58
Lc 6,39-45

SOMOS CHAMADOS A RENOVAR O NOSSO INTERIOR

É preciso provar o fruto para saber se uma árvore é boa. As aparências, não raras vezes, enganam-nos. Quantas das nossas “boas ações”, motivadas por boas intenções, não nos provocaram amargos de boca? Quantas vezes não fomos cegos à nossa própria realidade no desejo de motivar outros a levar uma vida “exemplar”?

Na sabedoria do Antigo Testamento, o “fruto” é uma metáfora clássica para a ação humana: com os nossos gestos e feitos, revelamos a nossa interioridade. Como nos recorda o Evangelho de hoje, “a boca fala do que transborda do coração”. E isto não é sentimentalismo, pois para a cultura judaica de então, o coração não é o lugar do mero sentimento, mas o lugar da consciência, da decisão, da reflexão.

O coração é lugar de encontro entre o pensamento – que estaria na cabeça – e as entranhas, onde dominam os sentimentos. É aí que pensamentos e sentimentos devem ser ponderados, medidos, vistos à luz da vida de Cristo. E, uma vez postos à prova e considerados conformes à nossa fé, então sim devem levar-nos à ação.

Cristo é a lente através da qual vemos o mundo. E para evitar cegueiras e autoenganos, o Evangelho de hoje desafia-nos a assumir duas atitudes: ter uma visão espiritual sobre o que acontece e o que nos acontece, isto é, identificar a graça, o convite que Deus nos faz em cada situação; testar se, entre o que vai no nosso coração e o que é expresso pela nossa boca, há coerência, pois poderemos estar cegos aos nossos próprios limites, enquanto pretendemos ensinar outros a viver.

Não nos fiquemos por uma vida de fé que se resuma a uma moral de boas ações, imposta a outros ou autoimposta, tendo como único juiz as nossas próprias convicções. Ofereçamos os nossos pensamentos e sentimentos a Cristo, deixemos que Ele os peneire e os prove no seu amor. Examinemos o que entendemos como bom à luz da vida de Cristo e tenhamos uma vida que se alimenta da graça da presença de Deus em nós.

O mestre do outro nunca serão as nossas palavras, mas as nossas vidas. O nosso testemunho, com toda a fragilidade e vulnerabilidade de cada um dos nossos gestos, é o grande livro e a única palavra que podemos oferecer aos outros para que se convertam, se apaixonem e adiram a Cristo.

Pe. Carlos Correia 

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