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quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

PRIVILEGIADOS

Nesta sociedade de informação, circulam muitas verdades e, porventura, outras tantas mentiras. Saber discernir o que é real e o que nos querem impingir, é dom de inteligência. Mas que a mentira não nos distraia da verdade e do que ele representa.

Pois, parece ser autêntico que, neste momento, habitam o nosso mundo quase 8.000.000.000 (oito mil milhões) de pessoas. E todas portadoras da sua história, muitas vezes entrelaçada de dramas e sonhos, angústias e esperanças. Percentualmente, vários indicadores são sintomas disso. Por exemplo, aquele que nos garante que 26% morrem antes dos 14 anos, 66% vive entre os 15 e os 64 anos, e somente 8% ultrapassam os 65 anos.

Mas mais: se a isto juntarmos fatores como casa própria, possibilidade de fazer três refeições completas ao dia, beber água limpa, usar telemóvel, navegar habitualmente na internet e ter obtido um curso profissional, então, a percentagem baixa para 7%. Os outros 93% de pessoas não podem acumular todos estes bens.

Muitos de nós, fazemos parte desta pequena porção de privilegiados do mundo. Não obstante, passamos a vida a lamentar-nos do trabalho exaustivo, da falta de tempo para tudo –normalmente, é desculpa que usamos para não estar com os nossos e com os amigos-, do cansaço acumulado, das noites mal dormidas, da falta de interesse pela vida, da família como um peso, da incapacidade de compreender a sociedade, etc. E, em vários casos, surge o desânimo, a tristeza existencial, a depressão psicológica.

Estamos no princípio de mais um ano civil. Certamente já formulamos votos, desejos e aspirações para este novo tempo que esperamos viver. Mas, se pensarmos bem, quase sempre pedimos aquilo que muitos nem sonham que possa existir.

Seria bom que nos tornássemos mais reflexivos. Que descobríssemos que temos enormes motivos para agradecer a Deus o muito que nos concede. Mas também que nos convencêssemos que, em linguagem cristã, um dom representa sempre uma tarefa: o muito que temos deve levar-nos à dedicação aos outros, de forma mais exigente e comprometida. A começar nos círculos naturais de proximidade: na família, entre os vizinhos, nos ambientes sociais. Sem descuidar os longínquos, pois, como escreveu a «nossa» Sophia de Mello Brayner na sua «Cantada da paz», “vemos, ouvimos e lemos / não podemos ignorar”.

https://www.diocese-porto.pt/pt/documentos/outros-documentos/mensagens/mensagens/2022/148-privilegiados/?fbclid=IwAR0KHksdLmS5w7_iEV3Lsmc1A0rVaQ3RViN88D42Xg4bSbifIkqCDbpiN_Y#

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