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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

EXEMPLO DE CORAGEM
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Quando o amor ao próximo significa dar a vida
* JOSEFA, A BOMBEIRA*
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"Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais
experiente dissesse dela:* "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas."* Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, *Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar*, cercada das chamas dos outros que foi
apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das "Josefas que são o sal da nossa terra?"


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*Por FERREIRA FERNANDES,
Diário de Notícias*

Imagem: Internet

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