"Primeiro ponto consequência sociais, seria uma permanente tentação da destruição das vidas, e ia avançar se a ser o pp estado a proteger a destruição das vidas. A pouco e pouco íamos ter o ‘mundo selvagem’, como dizia Papa Pio XII. Eu tenho de defender a vida como valor máximo do ser humano e daí não tenho direito de a manipular. Pode ser manipulada pelo meu capricho, por aqueles que me assistem e a provocam. Há cerca de um século a eutanásia praticava-se em Portugal, na montanha. Há um autor, Miguel Torga, diz a certa altura a história do abafador. Quando, na família, um idoso ou doente estava a ser um grande peso chamava-se o abafador. Vinha o abafador, com uma almofada, abafava a respiração do doente e ele morria. Isto é descrito pelo Miguel Torga. A eutanásia apareceria sempre como uma solução de comodidade de quem tem o dever de assistir o doente, quer o clínico, quer o familiar, quer o Estado. O Estado aliviaria muito os seus orçamentos sem ter a preocupação de garantir a todos os doentes a capacidade de ultrapassar os seus próprios limites. Como é seu dever. O estado defende a vida dos cidadãos, não provoca a morte dos cidadãos. Isto é inadmissível, nem na guerra, eu sou contra a pena de morte. Portanto assim sendo também não posso considerar que através da eutanásia alguém tem direito a decidir para si próprio a pena de morte. A legalização da eutanásia viria a afetar gravemente a relação médico-doente. Ela assenta num ponto-chave, a confiança e num objetivo, o serviço à vida. A medicina é para servir a vida, não é para precipitar a morte. Nunca!
Monsenhor Feytor Pinto
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