No silêncio e na oração,
Homenagem a todos os nomes
Que Deus conhece.
Vidas com rosto e coração
E nestes tempos de pandemia
Num qualquer hospital,
Na mais profunda solidão,
Partem sem um abraço,
Um afago, um beijo,
Ou o calor reconfortante
Do último aperto de mão.
Olhos cerrados.
Corpos amontoados;
Sem tempo de ser preparados,
Em negros sacos fechados.
Nas frias urnas depositados
Para enterros apressados,
Onde não cabem palavras
Nem o adeus reconhecido
A quem aos seus é tão querido.
E no acto derradeiro
Em que o corpo desce à terra
Não pode haver compaixão
Nem obra de misericórdia
De acompanhar o irmão.
Como pode a nossa vida
Seguir amanhã indiferente
A tanta lágrima e dor
Que se vive no presente?
Que Deus no seu amor
A todos acolha clemente
E reconforte nesta angústia
Os que perdem a sua gente.
MM
Jan. 2021
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