Só Deus pode responder aos anseios dos homens. Assim, o homem transforma-se inteiramente em homem quando se abre na procura de Deus, quando ele próprio sobe até Deus. Procurar Deus é algo diferente de acreditar naquilo que a Igreja transmite. Procurar Deus é uma vivência.
Hoje reparo que há um desejo enorme de Deus. Muitos cristãos têm pena de ter, sempre e só, de falar de problemas que têm a ver com a estrutura e o poder da Igreja. Eles querem aquele que lhes preenche o desejo mais profundo. S. Bento põe bem alto o primado de Deus. Para ele trata-se de Deus acima de tudo. Monge é aquele que procura Deus verdadeiramente. Os muitos hóspedes que vêm ao nosso mosteiro querem participar na procura de Deus. Não é suficiente para ele ouvir uma teologia saudável. Eles querem experimentar Deus. Anseiam por misticismo na experiência de Deus. Não seríamos justos com as pessoas se só as brindássemos com teologia moderna. Elas não querem ouvir doutrinas e opiniões, mas sentir experiências. Querem participar na experiência divina de outros.
A Igreja perdeu competência espiritual. Ela já não é para muitos o local onde se procura Deus, onde se pode experimentar Deus. Há outros problemas, postos em primeiro plano, que dirigem para ela toda a atenção: a questão do aborto, da estrutura da Igreja, do celibato, do pontificado, do sacerdócio, entre outros. Mas não devíamos defraudar as pessoas com Deus. Deus é o seu desejo mais profundo. (...)
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