«O primado da oração vai para a escuta. Bastam poucas palavras ditas com discrição, como nos ensinou Jesus no Pai-nosso. Poucos pedidos, os essenciais: pão e misericórdia. Não precisamos de mais nada.
Antigamente orar era como respirar. Hoje, em que a nível espiritual o oxigénio se está a rarefazer, chamar à oração «a respiração da alma», como fez o papa Francisco, que sentido tem e que esforço requer?
As novas gerações talvez já não saibam usar essa expressão, ainda que orem o mesmo. A oração é hoje percebida de modo muito diferente de outrora; é um parar, um permanecer, um pôr-se a pensar contemplando, procurando sobretudo escutar a voz de Deus que fala ao coração. É verdade que a oração continua a ser a respiração da alma e da vida interior - como poderia ser de outra forma? Mas a antropologia mudou, o mundo está desencantado, alteraram-se o estilo e a força da oração que existiam antes desta idade pós-moderna.»
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