Dia Mundial da Juventude
Sl 92(93)
Ap 1,5-8
Jo 18,33b-37
CRISTO, REI DO UNIVERSO
A celebração de Cristo Rei, além de ser um reconhecimento da realeza de Cristo, é uma exortação a entrar na dinâmica do reino de Cristo, que “não é deste mundo” (Jo 18,36), mas tem origem em Deus de quem procede todo o poder. Na Páscoa de Cristo, Deus transfere-nos do domínio do pecado para o reino de Cristo, um “reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz” (Prefácio). A contemplação da realeza de Jesus a partir de um passo da sua Paixão faz-nos perceber o seu estilo de reinar, sempre ao serviço da vontade do Pai que consiste na salvação da Humanidade por quem Ele dá a vida.
A reforma do Concílio Vaticano II colocou, na conclusão do ano litúrgico, esta festa que foi instituída em 1925 pelo Papa Pio XI. É como a chave de oiro do itinerário de celebrações do povo cristão, centrando tudo em Cristo, Senhor do tempo e da história, Rei do universo e dos corações dos fiéis.
Daniel escreve esta profecia nos tempos da perseguição do ímpio rei Antíoco IV, século e meio antes de Cristo. Assim encorajava a fé do povo de Israel, que aguardava a vinda do Messias Salvador. A realeza de Cristo “é eterna, não passará jamais”. Pode ser ofendido e até crucificado, mas nunca eliminado, porque finalmente vence a ressurreição e a vida divina.
São João, nesta visão simbólica do Apocalipse, apresenta-nos Cristo como “a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra, aquele que nos ama e pelo seu sangue nos liberta do pecado e faz de nós um reino de sacerdotes”. A realeza de Cristo não nos constitui como seus soldados, escravos ou súbditos, mas sim como seus sacerdotes e amigos. É esta dignidade admirável que o Rei do universo nos concede. Sendo fiéis a Cristo não ficamos subjugados pelo seu poder, mas somos promovidos à dignidade sacerdotal. Como nos tempos do imperador Domiciano, quando João escrevia o Apocalipse a animar os cristãos perseguidos, nos dias de hoje, em muitos lugares da terra, a Igreja também é perseguida. Rezemos para ter a coragem de acreditar que vale a pena assumir a cruz das contrariedades e provações, pois nos conduz à vitória da ressurreição com Cristo, Rei e Senhor do Universo.
No pretório de Pilatos, Cristo assume a sua realeza. Mas é um rei original, sem exército e sem escravos. Um reinado que não é deste mundo, pois a sua grandeza está em servir e em dar a sua vida para que todos tenham vida e vida abundante. Um rei que não veio para ser servido, mas para servir. Celebrar a realeza de Cristo é imitá-lo como Ele hoje se nos apresenta no trono da Eucaristia, dando-se em comunhão para a nossa vida e salvação. Procuro imitar a realeza de Cristo eucarístico, dando-me em comunhão a quem precisa de mim?
Que a Virgem Maria nos ajude a acolher Jesus como Rei e Senhor da nossa vida e a difundir o seu reino, dando testemunho da verdade que é o amor.
Pe. Carlos Correia
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