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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ (Ano C)

ECLO 3,3-7.14-17a
Sl 127(128)
Cl 3,12-21
Lc 2,41-52

SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ

Num Domingo que cai durante a oitava do Natal nós celebramos a festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José. Esta festa recorda-nos que o mistério da encarnação é um mistério de partilha. O Filho de Deus veio partilhar em tudo, menos no pecado, da nossa condição humana; veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência e no trabalho dentro de uma família concreta, embora única e irrepetível. Nesta Sagrada Família de Nazaré surgem os valores e as virtudes que devem caraterizar qualquer família cristã.

A família de Jesus era uma família de devoção. É possível que não tivéssemos qualquer dúvida sobre isso, mas o evangelho de Lucas que hoje ouvimos sublinha precisamente esse fato, com o relato desta viagem a Jerusalém: esta família não só vive junta, como viaja e reza junta. E, como certamente não será estranho para aqueles que são pais e que já peregrinaram em família, nem sempre sabem onde cada um deles está.

Maria e José inquietam-se com a ausência de Jesus e ficam admirados com o lugar onde o encontram, entre os doutores da Lei, ouvindo e fazendo perguntas, sinal da sua maturidade e emancipação como jovem judeu. E a perplexidade invade-os diante da justificação de Jesus: “não deveria estar Eu na casa do meu Pai?” – Não terá sido um episódio fácil para a Sagrada Família, mas no final de tudo, Jesus volta com os pais e era-lhes submisso.

O evangelista, ao relatar a peregrinação a Jerusalém, mais do que apontar a normalidade desta família e a irreverência adolescente de Jesus, preocupações que são de hoje, mas que não ocupavam espaço na mente de Lucas, põe diante de nós algo bem mais pertinente para o nosso itinerário como cristãos: que a nossa missão nos pode levar a sair da casa dos nossos pais; que tal não diminui a centralidade do papel dos pais na educação, nem o carinho e respeito de um filho pelos seus pais.

O centro desta passagem, cuja ação decorre entre o caminho de Jerusalém e o templo, não é um espaço, mas sim a relação com Deus: é a confiança em Deus que mantém esta família unida, diante das agradáveis surpresas e dos inesperados sobressaltos. É a centralidade do amor de uns pelos outros, abertos à relação com Deus, que permite a esta família prosseguir caminho. Esta e qualquer uma das nossas famílias.

Rezemos em família, como o faziam Maria, José e Jesus. Peregrinemos, viajemos, passemos tempo juntos, como o fazia a Sagrada Família. Mas, principalmente, coloquemos no centro esta atitude de abertura à voz de Deus e sejamos generosos na resposta à sua vontade.

Pe. Carlos Correia

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