O bispo do Porto considera que há 19 “pontos críticos” da Igreja Católica em Portugal, a começar pelo “divórcio entre fé e vida”, a perda do “ardor evangelizador” e a “falência” dos modelos de iniciação cristã.
A lista pessoal, baseada num documento de trabalho da Conferência Episcopal com vista à renovação da ação pastoral da Igreja em Portugal, foi apresentada por D. Manuel Clemente a 31 de agosto em Fátima, durante a 34.ª Semana Bíblica Nacional.
“A não concretização duma Igreja onde todos tenham uma missão insubstituível a desempenhar”, a “falta de alegria, entusiasmo e esperança” e as “celebrações distantes da vida”, acompanhadas por “homilias extensas e tristes”, constituem os três problemas seguintes.
O elenco das “sombras” inclui uma “Igreja envelhecida, muito clerical e sacramentalista”, onde “diminui a prática e os jovens se afastam”, prosseguindo com a referência ao “individualismo nas expressões da fé, sem responsabilização”.
D. Manuel Clemente salienta as dificuldades de comunicação da Igreja, causadas por uma “linguagem hermética” e “ausência” nos novos media, e constata “a desagregação do ambiente familiar”, com a consequente perda do seu papel na transmissão da mensagem cristã.
Além do enfraquecimento “do sentido do Domingo”, o responsável pela pasta da cultura e comunicações sociais dos bispos de Portugal menciona a falta de consagrados e agentes pastorais, a “fé tradicionalista e pouco esclarecida”, o “esquecimento da Doutrina Social da Igreja” e as “romarias meramente turísticas”.A “autenticidade de muitos cristãos comprometidos” no mundo e na Igreja, a “redescoberta” da Bíblia e “a valorização de momentos de verdadeiro encontro orante e sacramental com Cristo” encabeçam as 20 “luzes de esperança”.
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