HERÓIS DO 6º ANO,
estas palavras e estas imagens são para vocês
Se esquecemos quem fomos, não sabemos quem somos. No princípio da vossa caminhada, deram a mão a um amigo especial: Jesus Cristo. Tinham todos menos seis anos, eram crianças, estão quase adolescentes. Começaram esta viagem em outubro de 2010. 13 comandantes, mais de 60 tripulantes, divididos em quatro centros de culto: Igreja, Ilha, São Caetano e São Martinho.
O tempo passou, a Festa da Família chegou e o 1º ano, num instante, terminou. No 2º ano pediram a uma só voz: Jesus, ensina-nos a rezar. E ele ensinou. O Pai-Nosso foi o vosso segundo porto de chegada. Aprenderam a rezar. Sabem que as fotografias têm o poder mágico de cristalizar o tempo que não conseguimos segurar nas nossas mãos. Registam os sorrisos, os rostos desde sempre rebeldes, (alguns já estão longe da catequese), as vitórias, as caminhadas (outras além da maior que é a vida).
É certo que não há regresso possível ao passado, a não ser pelos livros, mas no fim de tudo resta-nos a memória. Fazer memória é o que nos pediu Jesus, e é precisamente essa a grande homenagem que podem fazer a quem amam.
No 3º ano, decidiram seguir Jesus até à 1ª comunhão, infelizmente para alguns a última. Não foi o vosso caso. Aprenderam os sete sacramentos, construíram um presépio que só podia ter o amor como centro, rezaram em grupo.
No 4º ano juntaram-se todos no Centro Paroquial e o número de comandantes baixou para 6. Receberam a Bíblia, uma grande biblioteca, local de encontro com Jesus. Dois testamentos diferentes que contam uma mesma história: a história do amor de Deus pelo seu povo, chefiado por Abraão, aquele que terá tantos descendentes quantas as estrelas do Universo. Olhem, aqui estamos nós. Cada um de vós aprendeu que é uma folha de uma árvore maior que é a Igreja.
Com a Festa da Palavra, terminámos mais um ano feliz (isto é, produtivo) e, como todos, difícil. Heróis, nunca se esqueçam: a felicidade que Deus vos prometeu só se consegue com esforço e com amor pelos outros. Sabem bem que a Bíblia vos ensina a olhar para o Outro e a ver nele os vossos defeitos, as vossas qualidades, a vossa fragilidade, a vossa grandeza.
Com a Bíblia, avançaram para o 5º ano e viajaram pelo Antigo Testamento. Desde Adão e Eva, passando por Abraão e David, chegaram à conclusão de que a nossa vida está cheia de obstáculos, como o povo de Deus sempre os teve e terá. Solução: a Fé, que é o fundamento da Esperança, a palavra central da vossa celebração do ano passado. Em grupo foram todos atores, como se devem lembrar, caminhantes, pessoas de fé. O que vos move? A força do Espírito Santo. Já sabem que esse espírito não é inacessível: sente-se, vive-se, vê-se.
Movidos pelo Espírito, foram a Fátima. Nem vos pergunto se gostaram ou não: os rostos das imagens respondem por vocês. Sabemos todos que, por vezes, falamos mais com os gestos, com o rosto, com o olhar, do que com as palavras. Contudo, não vivemos sem palavras. E foi com palavras que fizemos este 6º ano de catequese e chegámos aqui à Festa da Fé. Sementes lançadas? Acreditem que foram muitas. Em cada momento banal, em cada momento especial, com ou sem diários de conversão, numa sala grande ou pequena, soubemos ser nós: 4 comandantes (já não 13), liderados por uma excelente catequista coordenadora, que foi, como sabem, a minha catequista exemplar durante 10 anos (a Virgínia), e 33 tripulantes inesquecíveis (já não 60).
Como na vida, perdemos pessoas, mas também ganhámos outras. Olhem em redor e verão ótimos tripulantes que entraram a meio do caminho e uma excelente comandante que se dedicou a vocês a partir do 5º ano (a Sara), e fez um par imbatível com outra comandante incansável, a Céu. Em retiro ou em momentos de silêncio, em jogos ou em ensaios, com palavras mais ou menos agradáveis dos catequistas (as menos motivadas pela estima que vos temos), com filmes ou em trabalhos de grupo, fomos sempre um grupo de heróis.
Ficam as fotografias, as memórias, os conhecimentos, os valores, o amor por Jesus Cristo. Fica a certeza de que se o amor de Deus por vocês é do tamanho do Universo, o dos catequistas não cabe em palavras.
Atenção, com Jesus Cristo, depois de um fim, há sempre um recomeço. Por isso, heróis, encontramo-nos já ali, na próxima paragem desta viagem até à eternidade.
Por fim, nunca se esqueçam desta mensagem: o essencial é invisível para os olhos, diz a célebre raposa ao célebre Principezinho, e para um cristão o essencial está na cruz de Jesus. Durante as tempestades e alegrias da vida, olhem para a cruz, olhem para o que construíram, olhem para quem amam e para quem vos ama, olhem para o mar, para o céu e para as estrelas e pensem com convicção: sim, Jesus, o essencial da minha Vida só pode ser o Amor.
29 de maio de 2016
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