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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

PARA VOLTAR A LER: "Morreste-me"...

Textos compostos por António Filipe Barbosa, Fernando Rosas, João Duque, José Nuno Silva e José Pedro Angélico incluídos nas 65 páginas do livrinho serviram de base aos conteúdos do folheto.
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Estranhamente, a luz ténue da esperança cristã apresenta duas facetas paradoxais, em relação à morte. Por um lado, surge como salvação da morte e, nesse sentido, como condenação da morte, enquanto o que de pior pode acontecer aos humanos – e que é experimentado, sobretudo, na morte do outro que amamos; por outro lado, o caminho da esperança cristã só é possível através da morte, isto é, depois de dita a penúltima palavra sobre nós, pois é essa palavra que coloca um ponto final na nossa vida terrena e, desse modo, torna essa vida completa – mesmo que, na nossa perspetiva, pareça estar sempre incompleta. Ou seja, cada um de nós só será ele mesmo, sem mais possibilidade de alterar a sua identidade, quando morrer, por mais breve que seja o seu tempo de vida. Assim, a morte é inevitável, não apenas de facto – todos sabemos que morreremos – mas, em certo sentido, de direito – somos seres biologicamente finitos e, para o «encerramento» do nosso processo de construção da identidade pessoal, temos que morrer.
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A impossibilidade dessa esperança apenas nos conduz ao absurdo, ao sem-sentido completo de todos os nossos desejos e aspirações, assim como das nossas realizações. Nesse sentido, poderíamos dizer que é mais humanizante esperar para além da morte do que desesperar com a morte. E é essa esperança que nos dará coragem para acreditarmos no ser humano, apesar de tudo – apesar da morte.

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