Dia 13 de março de 2020: uma nota histórica da Conferência Episopal Portuguesa gelou-nos o coração. A catequese presencial foi suspensa por causa de uma doença que mudou toda a nossa vida. As salas do Centro Paroquial forraram-se daquele silêncio sinónimo de ausência de vida; o Centro Paroquial fechou; em nós cessou a música que poderíamos ter no coração.
Apenas ficou no Centro Paroquial o presépio que habitualmente é guardado, mas que este ano decidimos manter exposto. A última reunião presencial do secretariado, em fevereiro, foi, literalmente, uma festa. A última reunião geral de catequistas, no dia 6 de março, terminou com uma dinâmica de fortalecimento de laços. Nem imaginávamos o quanto precisaríamos destes laços.
Nos dias seguintes ficaram apenas interrogações: e agora? Acabou? Como reinventar um processo de catequese necessariamente presencial? Como viver a Quaresma assim? E a Páscoa? Como substituir a conversa semanal, olhos nos olhos, com os catequizandos? Não há caminhada dos catequistas, nem reuniões? Não há celebrações comunitárias?
Após as dúvidas (mesmo com elas), ficou a certeza natural da fé: temos de continuar. Os catequistas continuaram a partilhar fé e esperança através do Grupo no Whatsapp e das plataformas digitais. Recebemos sempre, e agradecemos, as mensagens de fé e de esperança do Secretariado Diocesano de Educação Cristã do Porto e os vídeos do SNEC.
Em unidade com a Igreja, o secretariado paroquial de catequese, no dia 16 de março, incentivou os coordenadores dos anos a encontrarem novas formas de relação nestes tempos difíceis. E começamos a tentar levar Deus aos catequizandos e às famílias a partir das nossas casas, mesmo sabendo que não chegamos a todos e que um abraço virtual nunca será aquele abraço do Pai ao filho pródigo que um dia decidiu regressar a casa.
Da infância à adolescência, o trabalho foi visível e está disponível na página da paróquia. Esta forma de trabalho manter-se-á até nova (e muito desejada) nota da Conferência Episcopal Portuguesa que autorize a retoma da catequese presencial. Afinal, a paróquia é apenas uma célula de um corpo maior, a Igreja, ao qual está ligada. Em setembro, como sempre fazemos, todos os catequizandos avançarão no seu caminho de iniciação cristã. O lema do ano pastoral 2020/2021 proposto pela diocese do Porto é belíssimo: “Como os ramos na videira: todos família, todos irmãos”.
Um obrigado sincero aos catequistas, aos heróis dos 6 aos 17 anos, aos pais, aos grupos pastorais com os quais trabalhamos, ao Sr. Padre. À comunidade agradecemos e pedimos a vossa oração. Das poucas certezas que temos como humanos, ficou uma confirmada este ano: com Deus somos inabaláveis. Deve ser por isso que o sol que se põe num tempo e lugar não é o fim de nada; é sempre o sol que nasce num outro tempo e lugar.
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