Não foi fácil para os discípulos aceitar a realidade do mistério da fé pascal, perceber a novidade da presença de Jesus Ressuscitado. É por isso que Ele Se serve de sinais para mostrar a sua identidade, nomeadamente dos sinais da paixão e do sinal da refeição partilhada. Os evangelistas colhem esses sinais e transmitem-nos, para que, através da leitura do Evangelho, todos os cristãos possam também fazer a mesma experiência dos discípulos com Jesus.
Lucas apresenta-nos uma aparição de Cristo ressuscitado no mesmo dia de Páscoa. Aparece, como é habitual, a transmitir serenidade e confiança: “A paz esteja convosco”. Não são também assim as nossas comuns experiências de encontrar o Senhor, na simplicidade da nossa oração e especialmente nos encontros com Cristo eucarístico? Jesus aparece não apenas para dar o conforto da sua presença, mas para nos enviar em missão. Cada um de nós tem de ser testemunha de Cristo ressuscitado, transmitindo a paz, amor e confiança. “Ser testemunhas da ressurreição” significa proclamar não apenas por palavras, mas por gestos concretos o nosso compromisso com a vida plena de todos. Palavras e documentos já temos muitos. Falta ação concreta e efetiva. Falta testemunho de vida. A Igreja não necessita de doutores e sim de testemunhas, dizia o Papa Paulo VI. Para anunciar Jesus Cristo Ressuscitado não se requerem qualidades especificas, mas uma fidelidade constante.
Estamos a iniciar a Semana de Oração pelas Vocações. Abramo-nos à graça de termos vocações de qualidade que transmitam, na Igreja e no mundo, a consolação de termos Cristo vivo no meio de nós.
Pe. Carlos Correia
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