Hoje quero recordar-Te
a Ti, Santa Maria sem fronteiras,
que acompanhas o homem em todas as idades,
do berço à morte, como mãe sempre fecunda.
Rezar-Te a Ti, Santa Maria das Crianças.
Que nos acompanhaste quando mal balbuciávamos
pela primeira vez as tuas ave-marias.
Tu, que um dia cuidaste do menino Jesus,
cuida hoje dos nossos filhos,
dá-lhes o gozo inextinguível de se sentirem amados,
o pão da ternura,
a graça de uma casa sem fendas,
a luz de uma esperança no futuro.
E Tu, Santa Maria dos Adolescentes, que, com catorze anos,
penetraste no abismo de ser mãe de Deus
e tiveste a audácia de dizer «SIM» ao céu,
dá hoje aos nossos rapazes e raparigas a coragem
de serem jovens a sério,
a força para tomarem as suas vidas com ambas as mãos,
sem desperdiçarem a sua juventude,
sem perderem, no meio de ruídos e ilusões,
o vulcão vivo do seu coração.
E Tu, Santa Maria da Juventude,
que soubeste, sem dúvida mais do que ninguém,
que ter a alma cheia é enchê-la de Deus,
concede a tantos jovens o dom de descobrirem
que o reino dos céus está dentro deles,
que a alegria não se vende nos mercados deste mundo,
que não têm direito a desperdiçar a alma,
que é preciso encher a vida como Tu encheste a tua.
E a Ti, Santa Maria da Idade Madura,
que conheceste o medo e a angústia e o pranto
e que também bebeste até à ultima gota a solidão,
a Ti pedimos hoje
por quantos vêem frustrado o fruto dos seus anos,
e chegam, mais do que à maturidade,
à amargura de se sentirem vencidos.
Ajuda a quantos vêem os seus filhos perdidos,
Tu,que perdeste o teu.
Ampara quantos caem sob as injustiças,
Tu, que foste testemunha da maior de todas.
E Tu, Santa Maria da Terceira Idade,
que perdeste na terra
os melhores tesouros que o mundo conheceu,
um esposo como foi José, um Filho como Jesus,
lembra-Te, Senhora, de todos os anciãos
que foram perdendo os seus entes queridos
foram ficando sós, num mundo vazio,
como um dia sucedeu contigo nesta terra,
sem José e sem Jesus.
Descobre-lhes a eles a luz da esperança,
mostra-lhes o caminho
que conduz ao abraço com tudo o que se perdeu.
O caminho que tu percorreste
na tarde daquele dia glorioso
da tua assunção ao Céu!
J.L.MARTIN DESCALZO, Maria de Nazaré, Ed. Missões, Cucujães, 2000, 118-120.
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