No dia em que os passarinhos,
Que não semeiam nem ceifam,
Vieram cantar à Catedral,
Rodopiando,
Felizes e contentes,
Lá bem no alto,
Junto aos coloridos tectos de Nasoni,
Indiferentes ao outro canto do coral,
Ou talvez com ele condizentes,
Vi bem que era Deus que os recebia em sua casa,
Coisa que, pelo que vi,
Também eles bem sabiam.
Era por isso que expressavam a sua alegria.
Na verdade, reza o Salmo:
«Na Tua casa,
Ó Deus,
Até o passarinho encontrou abrigo,
E a andorinha um ninho para os seus filhos».
Felizes então, Senhor,
Os que moram na Tua casa,
E se sentam à Tua mesa,
E se deliciam com a Tua Palavra,
Saborosa e mansa,
Como a chuva mansa,
Que rega o chão e faz germinar o pão,
Que rega o coração e faz germinar a conversão.
Como no dia
Em que os passarinhos vieram cantar à Catedral,
E receber da Tua mão
Uma migalhinha de pão.
D. António Couto
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