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domingo, 21 de junho de 2020

DOMINGO XII DO TEMPO COMUM

Jr 20, 10-13
Sl 68(69)
Rm 5,12-15
Mt 10, 26-33

“Não tenhais medo!”. É a palavra do Senhor neste Domingo.

No mundo em que vivemos cada vez mais tecnológico e prometedor há algo inevitável e crescente em nós: o medo. Temos medo de ir a uma rua deserta, de entrar num portão com um desconhecido atrás de nós, de subir num elevador com um estranho, de entrar na nossa porta com alguém de longe observando a nossa entrada, temos medo de um vírus pandémico e invisível. Temos medo do porvir diante da crise económica, política e social. Os pais têm medo que os seus filhos possam se drogar ou serem levados para o mundo do crime. Temos medo do desastre nuclear, das armas biológicas que estão na sombra da humanidade atual. Temos medo de viver em muitas ocasiões, pois viver significa comprometer-se, decidir-se, definir-se. E quase sempre preferimos nos manter numa discreta penumbra sem arriscar uma segurança que temos medo de perder. Temos medo daquilo que os outros pensam de nós, de perder prestígio. Por isso, em muitas ocasiões não somos capazes de adotar uma decisão valente diante de uma determinada situação. Temos medo de perder emprego, de perder um ente querido. Temos medo de ser abandonados pelos demais homens. Temos medo de morrer, e assim por diante...

Todos nós experimentamos o medo e isso é normal. Mas o que temos que evitar é que o nosso medo não se torne tóxico capaz de durar toda a vida.

O medo é sempre acompanhado pela imaginação. O medo alimenta a imaginação. Ao imaginarmos o pior, o medo começa a nos dominar. O medo que começa a nos dominar é capaz de paralisar a nossa vida. Ninguém gosta de sentir medo. Mas é preciso que nosso medo não cresça mais do que nós. Para isso, precisamos eliminar os medos sem fundamentos. Quanto mais pensarmos em uma coisa, mais isso fará parte da nossa realidade. Não pensemos no medo para que o medo não pense em nós. Por isso, em vez de dizer: “Preciso deixar de pensar nessa ideia”, temos que substituir este pensamento por outro mais positivo. Por incrível que pareça, geralmente, o medo significa que estamos avançando. O medo é companheiro dos conquistadores e renovadores, dos inventores e das pessoas sucedidas. O medo mostra que os conquistadores estão fazendo algo novo, que estão saindo da zona de conforto para uma vida totalmente renovada e avançada. Mais tarde, os medrosos vão usufruir o produto/resultados dos renovadores da humanidade. Os gênios normalmente são condenados precipitadamente, mas mais tarde serão reconhecidos. Cada desafio nos permite e nos chama a darmos um passo maior do que antes. Avançar não significa não sentir medo e sim ir para o novo e o melhor apesar dos temores que possamos sentir.

Não devemos ter medo do medo que é a fobia. Para vencer o medo temos que aprender a reconhecê-lo, a colocá-lo em palavras e a falar sobre aquilo que desperta medo em nós. Devemos olhar nossos medos de frente e não cobri-los, pois mesmo que fujamos, os medos continuarão a nos acompanhar. É melhor verificarmos até que ponto temos realmente medo. Cuidado com os nossos medos, pois eles roubam os nossos sonhos e realizações! Onde o medo se torna dominador, a sabedoria não funciona.

Não tenhamos medo da mudança. A mudança assusta, mas pode ser a chave daquela porta pela qual teremos de entrar. Tenhamos a certeza de que somos maiores e mais fortes do que os medos, pois o Senhor está sempre connosco (cf. Mt 28,20).

Pe. Carlos Correia
Imagem:Internet

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