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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

MINISTÉRIOS?


Refugiar-se na história pode levar a… passar à história. Não obstante, a história é importante. Ela fornece-nos o primeiro ponto do azimute para vermos em que sentido vamos. Como não conhecemos o futuro, o segundo apoio terá de ser o presente. Relacionando os dois, facilmente descobrimos o rumo: o futuro está algures na direção ou no enfiamento entre o passado e a atualidade. A não ser que intervenhamos nesta para corrigir a rota.

Vem isto a propósito da relação Igreja/mundo. Há algumas décadas, falávamos muito em «apostolado» e «militância». Hoje, envergonhamo-nos destas palavras. E privilegiamos conceitos «piedosos», tais como ministerialidade, sacerdócio batismal, etc. Tudo justo, tudo perfeito. Mas tudo… para o interior da Igreja.

Pensemos na «velha» Ação Católica. Quando os “batalhões de Cristo Rei” passavam pelas ruas a fazer com que se “Abram alas terra em fora”, alegava-se a certeza de que “Deus nos chama, é nossa a hora”, e justificava-se: “Há caminhos não andados/Que esperam por alguém”. E os «militantes» percorriam-nos, pois o leigo cumpria-se «batalhando», fazendo apostolado na empresa e na oficina, no campo e na universidade, na cultura e na administração. Aliás, a palavra “ação” já diz tudo. Tal como apostolado refere envio aos de fora.

Entretanto, apoderou-se de nós a timidez e… refugiámo-nos dentro dos templos. Hoje o generalato dos leigos, a «altura máxima» a que podem chegar, é exercer um ministério, mormente o extraordinário da Comunhão. Mas nisto não evoluímos: involuímos. Até porque o mundo está a descoberto: retiramo-nos dele. Se não, não consideraria como um «bem» e um direito o aborto e a eutanásia, por exemplo.

O Papa alargou às senhoras a possibilidade dos ministérios instituídos. É justíssimo. Mas começou a falar em outros voltados para fora: para a caridade, promoção da justiça e cuidado da criação; para o acompanhamento das famílias e jovens, condução da comunidade, etc. Tudo tentativas de reconduzir os fiéis leigos ao serviço do mundo. Para que não façam a figura de Pedro: “Que bom é estarmos aqui” (Mt 17, 4), neste Tabor do templo, onde só se encontram outros que pensam como nós. E quem vai dizer aos de fora que nós, os de dentro, fomos salvos?

Igreja ministerial? Certamente. Conquanto seja uma Igreja de «apostolado». De apostolado laical e não de ministerialidade clerical.

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