“Quero é viver…” Este é o grito que surge das entranhas de uma sociedade que impõe a todos os padrões de uma ditadura da felicidade. Chegou a hora de gritar: Não quero ser feliz! Quero viver, ainda que isso implique chorar. Quero os pés a pisar o chão, sentir o vento frio no rosto, expe
rimentar a brisa suave à sombra de uma árvore e saciar-me na água colhida da fonte com as mãos abertas para o céu.
Não quero a felicidadezinha do bem-estar, quero sentir a dor dos que padecem, colher as lágrimas dos que choram, lutar pela paz e pela justiça, deitar-me com os injustiçados nas arcadas das grandes cidades e saltar as vedações da vergonha que encerram milhares de homens, deportados para o meio do nada. Quero repartir o pão dos pobres e apertar entre as mãos os corações puros, mansos e humildes.
Não quero a felicidade de viveiro, quero o risco de viver em campo aberto!
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