A 2ª Conversa aconteceu na passada sexta-feira, na Associação Recreativa Entre Parentes.
O início deu-se ao som de boa música portuguesa, que o Grupo de Cavaquinhos tão bem sabe interpretar.
Excelente acolhimento a todos os participantes, em noite fria de Janeiro, e com a sala cheia!
Saudação e agradecimentos, aqui transmitidos pelo Rev. Pe. José Guedes.
Apresentação da ilustre convidada, com um percurso de vida notável, feita pelo casal Carla e Hélder.
Para início de conversa o "corte" da conferencista com o tradicionalmente estabelecido... preferindo ficar à frente da mesa e olhando mais de perto o público.
Voluntária, verdadeira, corajosa, atenta e humilde, olhando para todos os que se encontram em situação de vulnerabilidade sem preconceitos e qualquer que seja o seu estatuto social. Assim se apresentou!
Sala cheia e público atento às palavras da Dra. Sónia Fernandes, que foi partilhando o seu percurso de vida - duro e difícil - e a forma como foi possível sair dele. A sua coragem, sempre superior ao medo - como referiu algumas vezes ao longo da noite - terão sido certamente decisivos.
Das boas coisas que lhe aconteceram fez questão de referir o ter pertencido aos Escuteiros, "uma grande escola" fundamental para o seu equilíbrio e cujos ensinamentos continuam a ser-lhe extremamente úteis na vida que escolheu.
Depois de muitos anos de colaboração com várias ONG, projectos e estudos sobre o voluntariado, e sentido por experiência própria que havia falhas graves, mas também básicas da parte dos voluntários, que sem o saberem colocavam em risco a sua própria vida em determinadas realidades, decidiu criar uma escola - Pista Mágica - que hoje prepara voluntários para qualquer tipo de missão. Porque quis "fazer acontecer na Pista Mágica", e no momento em que acreditou teve a maior e melhor sensação de liberdade!
Nesta noite, também os mais jovens marcaram presença e temos a certeza que fizeram uma óptima escolha, por tudo o que escutaram e os pode ajuda a discernir, no futuro, se o voluntariado é para eles uma escolha.
E, nesse sentido, foram importantes os alertas da oradora ao lembrar que:
O voluntário deve ter em atenção que do “outro lado” estão pessoas com as suas realidades específicas e que podem ou não querer ser ajudadas;
O voluntário deve ter em atenção que do “outro lado” estão pessoas com as suas realidades específicas e que podem ou não querer ser ajudadas;
Que ser voluntário "deixar tudo e ir em missão nem sempre é bem aceite";
Mas, o mais importante: "é melhor ter o rótulo de maluca do que deixar de seguir um sonho"!
Retivemos ainda desta Conversa duas palavras fundamentais: afecto e humildade.
O voluntário tem que estar disposto a sair da sua zona de conforto, ter uma grande capacidade de doação e ficar sempre ao nível do outro.
Mas ser voluntário é também "ter em atenção o limite do que se pode fazer e dar de si. Ninguém pode, nem deve, ir para além daquilo que a sua capacidade física, psíquica e emocional permite. Para cuidar é preciso cuidar-se!"
Escutamos a sua preocupação com o "desligar da realidade" que as redes sociais e as suas relações virtuais estão a fazer, num caminho em que se perde a relação humana e que não nos leva a lado nenhum, pois é "preciso olharmo-nos nos olhos, ir tomar café, falar, relacionar-se..."
Em última nota lembramos que há muitos benefícios que o voluntariado traz, e aqui ficam dois exemplos que a oradora fez questão de nos deixar: "quem é voluntário tem maior esperança de vida; quem é voluntário é, sem dúvida, muito mais feliz!"
A finalizar esta noite os agradecimentos, as flores e a lembrança à Dra. Sónia Fernandes, e novamente a actuação do Grupo de Cavaquinhos.
Agradecimentos:
Pastoral da Família VP
A.R Entre Parentes
Otília Florista
Foto Martinho
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