Hoje celebramos a solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, padroeira principal de Portugal, e não o Domingo II do Advento. Com esta festa nós queremos celebrar a presença de Deus entre nós e ter a certeza de que para Ele nada é impossível. Estamos, pois, em pleno tempo do Advento. Tempo de esperança. Maria coloca-se à disposição de Deus e espera que nela seja feita a Sua vontade.
Ela dá-nos o exemplo de como nós podemos e devemos deixar-nos guiar por Deus. Maria responde á proposta de Deus, dizendo: “Eis a serva do Senhor”(v. 38). O seu sim é completo, total, para a vida inteira, sem condições. E do mesmo modo como o não das origens tinha impedido a passagem do homem rumo a Deus, assim o sim de Maria abriu o caminho a Deus no meio de nós. É o sim mais importante da história, o sim humilde que inverte o não soberbo das origens, o sim fiel que cura a desobediência, o sim disponível que aniquila o egoísmo do pecado.
Inclusive para cada um de nós existe uma história de salvação feita de sins e de nãos. Mas às vezes somos especialistas nos meios sins: somos bons quando se trata de fingir que não entendemos bem o que Deus gostaria e o que a consciência nos sugere. Somos também espertos, e para não dizer um verdadeiro não a Deus, dizemos: “Desculpa, não posso”, “hoje não, pensarei amanhã”; “amanhã serei melhor, amanhã rezarei, amanhã praticarei o bem”. E esta astúcia afasta-nos do sim, distancia-nos de Deus, levando-nos ao não, ao não do pecado, ao não da mediocridade. O famoso “sim, mas...”; “sim, Senhor, mas...”. No entanto, assim fechamos a porta ao bem, e o mal aproveita-se destes sins malogrados. Dentro, cada um de nós tem uma coleção deles. Pensemos, encontraremos muitos sins falhados. Ao contrário, cada sim pleno a Deus dá origem a uma nova história: dizer sim a Deus é verdadeiramente “original”, é origem, não como o pecado, que nos envelhece dentro. Já pensastes nisto, que o pecado nos envelhece dentro? E envelhece-nos rapidamente! Cada sim a Deus dá origem a uma história de salvação, tanto para nós como para os outros. Como fez Maria com o seu sim pessoal.
Neste caminho de Advento, Deus deseja visitar-nos e espera o nosso sim. Pensemos: hoje, qual sim devo dizer a Deus? Pensemos nisto que nos fará bem. E encontraremos a vós do Senhor dentro de Deus, que nos pede algo, um passo em frente. “Creio em ti, espero em ti, amo-te; que se cumpra em mim a tua vontade de bem”: eis o meu sim. Com generosidade e confiança como Maria, digamos hoje, cada um de nós, este sim pessoal a Deus! E que esta solenidade e o tempo do Advento que estamos a viver deixe em nossa vida as marcas deste belíssimo ensinamento.
(Esta mensagem fundamenta-se no dito do Papa Francisco, no Angelus, na Praça São Pedro, no dia 08 de Dezembro de 2016)
Pe. Carlos Correia
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