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terça-feira, 11 de setembro de 2018

«O CORAÇÃO HUMANO É UMA JANGADA EM CHAMAS NA DIREÇÃO DO INFINITO»

«Quem não deseja ser feliz? Quem não surpreende no mais íntimo da sua condição humana uma sede de plenitude? Esse é efetivamente o horizonte a que cada um de nós aspira: fomos criados para a felicidade, essa é a nossa verdade. E quando não a experimentamos sentimos que não somos, que algo de fundamental faltou, julgamo-nos vazios e naufragados. É como se a vida nos tivesse falhado.»

No artigo que assina semanalmente no jornal “Expresso”, D. José Tolentino Mendonça acentua que «a experiência da bem-aventurança é a de que a vida é, ou pode ser, completa e plena», e que «no cerne» do que se designa por cultura há «uma sede» das palavras de Jesus no discurso da montanha, que Santo Agostinho chamava de «Evangelho breve».

Todavia, «as bem-aventuranças não promovem o escapismo. O discurso cristão nada tem de idealização, triunfalismo ou indiferença em relação aos limites e, por vezes, aos implacáveis limites da existência. Pelo contrário: o programa de vida que as bem-aventuranças desenham dialoga com a nossa humanidade concreta e com os contextos e constrangimentos que nos cabe viver», aponta o arcebispo.

«Há no pulsar deste nosso tempo desencontrado mais inquietação espiritual, mais sede de absoluto, do que aquela que pensamos», como se pode intuir no escritor norte-americano Jack Kerouac (1922-1969), da «beat generation», que num dos seus diários escreve: «Ó Deus, preciso do teu rosto esta manhã, preciso de entrever o teu rosto através dos vidros empoeirados da janela, entre o fumo e o furor; preciso de escutar a tua voz acima do grande ruído da metrópole. Sinto-me exausto, ó Deus».

O arcebispo responsável pela biblioteca e arquivo da Santa Sé cita o livro “Hard to be a saint in the city: The spiritual vision of the beats”, de Robert Inchaust, lançado no início do ano, onde o autor assinala que Kerouac «foi um dos mais humildes e devotos escritores do século XX» e que «desejou ser uma versão jazz dos grandes místicos».

«De muitas maneiras, temos de reconhecer, o coração humano é uma jangada em chamas na direção do infinito», conclui D. José Tolentino Mendonça.

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