Ousar pôr o coração à escuta do Evangelho
É deixar-se atravessar por uma avalanche de graça
Que nos arrastará até ao coração de Deus,
E nos obrigará a mudar quase tudo
Na nossa vida e na nossa agenda,
Na nossa cómoda maneira
De nos sentarmos à lareira
Simplesmente a ver passar os dias
E a deitar contas à vida e à carteira.
Amar os inimigos
Não é coisa que eu pudesse sequer imaginar,
Quanto mais fazer ou praticar.
Oferecer a outra face a quem me bate,
Dar, dar tudo, dar o manto e a túnica,
Deixar-se roubar e não reclamar,
Amar os maus, os maldizentes, os delinquentes,
O repugnantes, os incompetentes,
Amar, enfim, até ao absurdo,
Eis o que Jesus me vem dizer que Deus faz,
Que Deus faz por mim,
E que é por isso que eu também devo fazer assim,
Deixando o Evangelho ganhar corpo em mim.
D. António Couto
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