Estamos cheios de uma vida de conformismo, indiferença e insensibilidade, de distração, fechamento e solidão, alimentados pela «mesquinhez dos nossos cálculos, a mediocridade das nossas expetativas e a superficialidade dos nossos intelectualismos». E ao mesmo tempo famintos estamos de uma vida que procuramos e não encontramos, a não ser em Deus; do seu pão não queremos fazer reserva nem engordar, apenas dele saciar-nos e distribui-lo aos mendigos de compaixão e fraternidade.
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«Digamo-lo com força e sem medo: temos fome, Senhor... Temos fome, Senhor, do pão da vossa Palavra capaz de abrir os nossos fechamentos e as nossas solidões; temos fome, Senhor, de fraternidade, onde a indiferença, o descrédito, a infâmia não encham as nossas mesas nem ocupem o primeiro lugar em nossa casa. Temos fome, Senhor, de encontros onde a vossa Palavra seja capaz de elevar a esperança, despertar a ternura, sensibilizar o coração abrindo caminhos de transformação e conversão».
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A Igreja gasta por vezes energias e recursos «para manter abordagens, ritmos, perspetivas que não só não entusiasmam ninguém, como não conseguem sequer levar um pouco daquela fragância evangélica capaz de confortar e abrir caminhos de esperança», além de privarem os cristãos «do encontro pessoal com os outros».
«Como são justas estas palavras de Madre Teresa, “aquilo de que não preciso, pesa-me”. Deixemos de lado todos os pesos que nos separam da missão e impedem que o perfume da misericórdia alcance o rosto dos nossos irmãos».
Papa Francisco
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