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sexta-feira, 10 de maio de 2019

D. ANTÓNIO AUGUSTO FALA DA SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

A Semana de Oração pelas Vocações, que a Igreja Católica em Portugal promove até este domingo, foi o mote para uma conversa com o presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEVM), sobre os desafios atuais do setor.
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Para o presidente da CEVM, são sobretudo duas as interpelações que se apresentam à Igreja Católica neste tempo, no que diz respeito à pastoral vocacional.

Renovar métodos e linguagens, de modo a comunicar de forma mais efetiva com as culturas de hoje; e alargar o raio de ação na sociedade, indo além dos âmbitos mais tradicionais.

“A linguagem da pastoral vocacional deve ser mais aberta e atrativa, para que a própria palavra não assuste. Deve ser uma palavra ampla, que abra horizontes, que leve jovens e adultos a refletir e a pensar”, defende D. António Augusto Azevedo.

Para aquele responsável, é essencial que a Igreja Católica consiga “semear” a proposta vocacional “com alegria”, potenciando os “testemunhos” dos que vivem essa realidade de forma “feliz”, não só “na vida consagrada” mas “no matrimónio, numa determinada profissão e até junto de pessoas solteiras, outra dimensão muito referida no Sínodo”.

“Culmina tudo com o assumir da vida, na variedade das vocações, como um dom e como um compromisso, que é também uma dificuldade grande hoje e sempre, que é depois assumir esse compromisso”, reconhece o presidente da CEVM.
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“A primeira coisa que tem de mudar, e que me parece que está a mudar, é a atitude. Não numa perspetiva isolada, de cada um por si, mas numa perspetiva de colaboração, de interação”, adianta o também bispo auxiliar do Porto, que alerta para o facto de a família não ser já o único berço de florescimento de vocações.

“Cada vez mais pessoas fazem essas escolhas a partir de outros âmbitos, da escola, da universidade, de grupos e movimentos de jovens, por outras vias. A família continua a ser um âmbito essencial, mas cada vez mais é nestes outros âmbitos que a questão vocacional cresce e se desenvolve, o que é também um dado novo que vale a pena ter presente”, diz D. António Augusto Azevedo.

No horizonte da Igreja Católica em Portugal está a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar no nosso país em 2022, e que é encarada pela Pastoral Vocacional como um evento propício para o desenvolvimento de mais iniciativas e projetos.

“Um dado que foi comentado no Sínodo é que em todos os locais onde a JMJ se realizou, esse acontecimento teve sempre um impacto, um reflexo em termos de vocações, em todos os âmbitos e também no do ministério ordenado”, assinalou o presidente da CEVM.

O presidente da CEVM acredita que, “para Portugal e para as dioceses portuguesas, a JMJ será uma ocasião para os jovens olharem a vida e a vida cristã na perspetiva da vocação”.

“Estou convencido que terá também um grande impacto desse ponto de vista”, observou.
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“Pais, catequistas, animadores, professores, todas estas pessoas têm de ser preparadas para serem bons acompanhadores dos mais jovens, nas suas decisões de cariz vocacional, para que sejam decisões com condições para serem bem-sucedidas. Formar pessoas para esse trabalho de acompanhamento parece-me uma prioridade”, salienta o presidente da CEVM.

Sobre a Semana de Oração pelas Vocações, que está a decorrer até este domingo, subordinada ao tema ‘A coragem de arriscar pela promessa de Deus’, D. António Augusto Azevedo diz que “estas semanas são sempre necessárias, porque dão mais “visibilidade” a este setor e “colocam as comunidades a rezar e a refletir”.

O bispo aproveita a ocasião para “agradecer a todas as pessoas” que participam neste esforço e “a todos quanto ao longo do ano também se preocupam e sobretudo ajudam e vão acompanhando os mais jovens, nas várias iniciativas da Pastoral das Vocações e em outros setores”.

No entanto, por muito importantes que estas iniciativas sejam, elas serão sempre “insuficientes” se não tiverem depois “continuidade e eco ao longo do ano”.

“Esta temática muitas vezes um pouco esquecida vem à superfície durante estes dias e é importante que tenha um lugar próprio, presente em todos os âmbitos e preocupações da vida da Igreja”, reforçou.

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