«Quando vejo uma criança como tu, sinto no coração muita esperança»; «sê feliz quando estás junto aos outros»; «dança e exprime a alegria que está no teu coração; dança agora que és uma criança, assim não serás demasiado sério quando te tornares grande»; «aprende a cultivar todos os dias a graça de amar. Assim encontrarás Deus»; «estar junto dos outros dá alegria. Brinca com os outros como se fosse uma equipa, e procura o bem em todos»; «eu e tu podemos fazer da Terra um lugar mais belo. A melhor maneira de vencer uma luta é não começá-la»; «quanto estás triste, não tenhas medo de chorar. Jesus compreende os teus problemas. Reza em silêncio, e deixa que as palavras nasçam das lágrimas»; «sorri sempre».
Estes são alguns dos conselhos que o papa Francisco propõe no livro “I bambini sono speranza” (“As crianças são esperança”) aos seus “amigos do coração”, a quem reserva sempre uma atenção especial em qualquer circunstância, mesmo durante as audiências mais formais, e quando a etiqueta requereria tempos e modos nem distantes da simplicidade e da imediatez dos mais pequenos.
Pintada a cores vivas pela ilustradora norte-americana (nascida em Itália) Sherre Boyd, a obra de 32 páginas foi originalmente publicada em 2019 nos EUA, com o título “Pope Francis says…” (igualmente em castelhano, “El papa Francisco dice…”), pela editora Loyola Press, e hoje o Vaticano noticiou a sua disponibilidade em italiano (ed. Salani).
O papa dirige-se às crianças com linguagem simples e frases breves, quase sussurradas, como se fossem os preciosos conselhos de um avô, apresentando exemplos concretos que inspiram sentimentos de confiança, alegria e amor.
Ao entrar em pontas dos pés no mundo das crianças, Francisco acompanha com delicadeza os vários momentos do seu dia – nas brincadeiras, na tristeza –, falando-lhes como se as sentasse sobre os seus joelhos.
Olhar o mundo com os olhos de um menino, de uma menina: ao encontrar-se, no Vaticano, com os pequeninos doentes de um departamento médico pediátrico, Francisco disse: «Para compreender a realidade da vida, é preciso baixar-se, como nos baixamos para beijar uma criança».
À semelhança de “Querido papa Francisco” (ed. Paulinas), publicado em 2016, este livro retrata crianças de diferentes culturas, e foi organizado pelo padre jesuíta italiano Antonio Spadaro.
Nestes dias, a UNICEF divulgou que cerca de cinco milhões de crianças no Burkina Faso, Mali e Niger precisarão de assistência humanitária em 2020, um número em crescimento face ao ano anterior, por causa do aumento da violência. As notícias de mortes na infância por falta de alimentação e tratamento para doenças facilmente curáveis, bombardeamentos, exploração e um sem-número de causas são recorrentes. Ainda assim, mesmo quando a sua infância lhes é negada, as crianças são esperança e alegria, são «o melhor do mundo».
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