«Não é a dor física que leva ao desespero, pois essa é facilmente superada pelas modernas técnicas de analgia e cuidados paliativos. O que passa todos os limites é o saber-se que muitos “adoram” o cão e o gato, mas nunca visitam a mãe ou o avô. O insuportável é a ausência dos afetos, a fragilidade das relações, o grassar da cultura do “descarte”».
Assim escreve o bispo do Porto, D. Manuel Linda, em texto publicado no semanário “Expresso” de hoje, a propósito da votação sobre a despenalização da eutanásia, marcada para terça-feira no parlamento.
«A submissão ao facilitismo representa sempre uma abdicação perante a sensatez. Pior: começa por ser um “mal que se tolera” e, de abaixamento em abaixamento, chega ao “mal que se impõe”. Até ser tido como um “bem”. É o plano inclinado onde se forma a bola de neve que nunca se sabe onde vai parar», assinala o prelado doutorado em Teologia Moral.
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